Um problema só é verdadeiramente discutido quando recebe um título, uma denominação. No campo das ciências médicas essa proposição também é verdadeira: o foco em descobrir causas, sinais, sintomas e possíveis tratamentos se dá com maior rigor quando o quadro finalmente recebe um nome. Apesar de recente, a depressão infantil é um tema que vem sendo amplamente discutido dentro da área da psiquiatria, justamente pela dificuldade em obter relatos pessoais por parte das crianças.
Mas quais os sinais que servem de respaldo para um diagnóstico de depressão infantil? Quais os sintomas, causas e como identificar o quadro?
O que os especialistas têm a dizer sobre a Depressão Infantil
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em todo o mundo são cerca de 300 milhões de pessoas afetadas pela depressão. Nesse número não se exclui nenhuma faixa etária, nem mesmo os pequenos fogem das estatísticas, ainda que eles representem uma porcentagem relativamente pequena dessa população.
Vale ressaltar, ainda, que os sinais e mesmo as causas variam conforme parâmetros como idade, sexo e gravidade do quadro. Logo, é fato que a depressão infantil não se apresenta através de sinais que são comuns para adultos. E ainda mais, as causas também podem envolver situações relacionadas à própria gestação da mãe.
Por essas questões que, cada vez mais, os protocolos de diagnóstico são atualizados, a fim de iniciar com mais rapidez as intervenções necessárias. Visto que um dos grandes desafios é não obter da criança dados sobre seus sentimentos e sintomas, já que muitas vezes nem ela consegue entender o que está passando.
Em um passado não tão distante, os diagnósticos de depressão infantil se davam por exclusão. Isso significa que somente chegava à definição do quadro depois de esgotar todas as outras possibilidades. Mas hoje em dia, com as intensas análises, alguns sintomas, quando surgem em conjunto, são capazes de identificar e caracterizar com maior propriedade a depressão infantil.
O mais importante é acompanhar cada pequena mudança para garantir que ela seja “coisa da idade”, e não que seja indícios de um possível transtorno depressivo. Ainda que este seja um diagnóstico delicado, você verá que há sinais capazes de revelar a depressão infantil com mais propriedade. E a descoberta, quanto mais rápida se der, terá à disposição numerosos aparatos para o controle do caso.
A delicadeza do quadro
É justamente na infância que os traços da personalidade de uma pessoa começam a tomar forma. Justamente aqui encontra-se o ponto de maior dificuldade: separar os sinais de formação de personalidade daqueles que revelam a depressão infantil.
Além do mais, o desenvolvimento da criança passa por fases mais ativas e outras que são mais monótonas, mas isso não significa necessariamente que temos um caso de depressão infantil. Por isso, identificar pequenas características pode ajudar no desfecho da situação. Acompanhe, a seguir, uma lista com alguns do sintomas mais comuns relacionados ao quadro de depressão infantil:
Principais sintomas da Depressão Infantil
Assim como em outras faixas etárias, é preciso observar se os sintomas são intensos e ocorrem com certa frequência. Já que o diagnóstico leva em consideração também o tempo de recorrência dos sinais.
Se perceber que seu filho ou filha apresenta mais de 4 desses sintomas ao mesmo tempo, levo-o para uma avaliação com um profissional especialista:
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- Alteração de humor, irritabilidade e/ou choro fácil;
- Ansiedade e diminuição do ritmo;
- Desinteresse em socializar, ir à escola, brincar com os amigos ou com brinquedos;
- Falta de atenção e queda no rendimento escolar;
- Distúrbios de sono, como dificuldade em dormir ou ter sono o dia inteiro;
- Perda de energia física e mental;
- Reclamações de cansaço ou falta de energia;
- Sofrimento moral ou insatisfação consigo mesmo, sentimento de que nada do que faz está certo;
- Dores na barriga, na cabeça ou nas pernas;
- Sentimento de rejeição;
- Medo constante de se separar de suas figuras de referências (pais, irmãos etc.);
- Distúrbios de peso, emagrecer ou engordar demais;
- Enurese e encoprese (xixi na cama e eliminação involuntária das fezes).
Como os sinais são comuns aos de outros transtornos, a depressão infantil é mais difícil de ser identificada pelos pais logo de primeira. Então não hesite em levar seu filho direto a um especialista ao se deparar com sintomas descritos acima.
Existe uma única causa para a depressão infantil?
Não, não é possível definir uma única raiz para o aparecimento da depressão infantil. Em realidade, as causas podem ser diversas e até mesmo se combinarem na culminação do quadro. Podemos incluir predisposição genética, traumas psicológicos, abusos físicos, convivência familiar delicada, complicações vividas durante a gestação e mesmo traços comportamentais da própria criança.
Além do mais, se na família há casos ativos do transtorno, as chances de a criança desenvolver um quadro de depressão infantil aumentam consideravelmente. Sendo assim, o cuidado deve ser redobrado!
Protocolos de tratamento: o especialista em ação
O tratamento e os métodos utilizados devem ser receitados e acompanhados por um psiquiatra especialista. Podem ser utilizadas, neste caso, atividades físicas como forma de estímulo, alimentação e a prática de terapia. Já que a rotina antidepressiva é uma das formas menos invasivas de se lidar com a depressão infantil.
Ainda mais importante que cuidar dos sintomas é tratar a causa. E o entorno familiar possui grande relevância neste caso, já que pouco adianta oferecer à criança momentos de relaxamento se o seu ambiente continuar caótico. Certamente, a depender do caso, remédios podem ser necessários, mas o mais urgente é a mudança e a eliminação das causas da depressão infantil.
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