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Como saber que está na hora de pedir ajuda?

Você sabe reconhecer os sinais que o seu corpo envia quando não está tudo bem?

Assim como quando falamos de uma doença física, é importante estar atento aos sintomas e ser sincero com relação ao quanto eles estão interferindo na sua qualidade de vida.

 

Por decorrência de tabus, a saúde mental tende a ser negligenciada, uma vez que os sintomas iminentes de um transtorno de ansiedade, ou até mesmo depressão, são constantemente confundidos com cansaço, estresse ou até tristezas momentâneas que acontecem em decorrência dos desafios que vivemos todos os dias. Leia mais sobre os principais sintomas da depressão clicando aqui.

 

Ignorar esses sinais ou ficar apenas esperando que com o tempo eles desapareçam, pode acabar gerando um problema maior no futuro, pensando nisso, separamos alguns sinais de alerta que indicam quando procurar ajuda profissional:

 

Você tem tido dificuldade de regular seus sentimentos?

Situações que antes te chateavam, mas eram facilmente contornadas, ultimamente têm se convertido em desconfortos muito maiores, em que você acaba ficando muito focado naquele sentimento ruim, sem conseguir se acalmar e pensar de maneira clara em uma saída.

Dessa forma, pequenos problemas acabam gerando uma avalanche emocional, fazendo com que você fique muito mais irritado e também por muito mais tempo.

 

Você tem percebido um aumento considerável na sua irritabilidade?

O que antes eram apenas pequenos inconvenientes no seu cotidiano, como uma buzina no trânsito, um café derramado por desatenção, ou uma tarefa que acabou sendo esquecida, agora são motivos de irritação e até mesmo fúria. Você não consegue mais tratar essas situações com naturalidade, e acaba colocando todo o seu foco e energia nelas, como se fossem eventos catastróficos.

Você se sente muito cansado, mesmo tendo dormido uma boa quantidade de horas?

O despertador toca e mesmo tendo dormido “o suficiente”, você acorda cansado como se tivesse acabado de fechar os olhos. Muitas vezes isso vem acompanhado de sonhos muito agitados, ou até mesmo pesadelos, ou também do hábito de acordar várias vezes sem motivo, fazendo com que seu corpo nunca esteja realmente relaxado e que a noite de sono não seja suficiente para recuperar o desgaste do dia.

Tirar um tempo para descansar, como feriados ou finais de semana já não tem sido suficiente para te fazer relaxar?

O final de semana ou feriado pode até ter sido bom, repleto de atividades satisfatórias ao lado de pessoas que você ama, mas quando a segunda-feira chega todo o cansaço ainda está lá. Você acorda estressado e desmotivado como se não tivesse descansado e se divertido nos últimos dias.

Coisas que te faziam bem, como atividades de lazer ou hobbies, já não parecem ter a mesma importância de antes?

Mesmo as atividades que você mais gostava de desempenhar parecem ter perdido o brilho. Seja no trabalho, em casa, ou em ambientes onde você costuma praticar seus hobbies favoritos, tudo parece igual, e nada te desperta motivação.


Práticas como atividade física, meditação e dieta balanceada já não têm tido os mesmos efeitos de antes?

Se antes sair para correr, praticar um esporte, meditar, ou até mesmo tomar um longo banho relaxante, eram suficientes para aliviar a tensão, diminuir a ansiedade e te ajudar a organizar os pensamentos, agora elas já não tem o mesmo efeito, e mesmo com todo o esforço para manter uma rotina regrada e saudável os sentimentos negativos e pensamentos intrusivos continuam aparecendo. 

 

Esses são alguns dos fatores que indicam que você já não está conseguindo resolver todos os problemas do dia a dia por conta própria, e que talvez aquilo que antes parecia apenas um estresse ou cansaço mental, possa estar se tornando um problema maior de saúde, que assim como qualquer outro merece uma atenção especial, com ajuda de profissionais qualificados.

Não negligencie sua saúde mental, pois a verdadeira saúde e qualidade de vida incluem estar psicologicamente bem. Se você se identificou com esses tópicos, procure ajuda profissional.

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Ansiedade e depressão: qual é a correlação entre as duas?

Apesar de se tratarem de transtornos diferentes, não é nada incomum que os quadros de sintomas de ambas se apresentem juntos, ou ainda que um transtorno não tratado acaba culminando no outro.
Embora em alguns casos elas possam se confundir, cada uma delas tem causas, sintomas e tratamentos específicos, que precisam ser identificados para que seja possível o desenvolvimento de um tratamento assertivo, desenvolvido a partir do acompanhamento profissional.

 

Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Apenas o Brasil tem cerca de 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença. De acordo com dados da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Mas o brasileiro não é só deprimido, nós também estamos muito ansiosos. Dados da OMS alertam que, somente no Brasil, cerca de 18,6 milhões de pessoas sofrem de ansiedade — o que coloca o país no topo do ranking mundial.
Ansiedade e depressão no cenário pós-pandemia.

 

De acordo com dados apresentados pela OMS, recentemente, no primeiro ano da pandemia de COVID-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%. Uma das principais explicações para esse aumento é o estresse causado pelo isolamento social, cenário amplamente vivido pelos cidadãos durante a pandemia. Ligados a isso estavam as restrições à capacidade das pessoas de trabalhar, sair, se relacionar, desenvolver atividades de lazer, buscar apoio dos entes queridos e ter envolvimento em suas comunidades.

 

A solidão, o medo de se infectar e de perder entes queridos, o luto, as preocupações financeiras e o abalo emocional causado pelo número crescente de mortes no país, também foram citados como estressores que levam à ansiedade e à depressão.
Dentre os grupos mais afetados estão as mulheres, os jovens, em especial aqueles com quadros de transtornos mentais pré-existentes, e também os profissionais de saúde, devido ao fato da exaustão ter sido um importante gatilho para o pensamento suicida.

 

Quais os sintomas mais comuns da depressão e ansiedade?

 

A depressão é comumente caracterizada por sintomas como humor deprimido, diminuição da motivação, alterações de apetite e desregulação do sono também, da fadiga, cansaço, indisposição, sentimento de culpa, inadequação, desesperança e dificuldade para se concentrar.
Já, na ansiedade, temos como características, a preocupação excessiva, despropositada, que normalmente é gerada por uma causa irreal, que não possui bases racionais de pensamento. Essa preocupação não é controlada pelo indivíduo, é uma invasão da mente.
Junto com os sintomas psicológicos, podem surgir também manifestações físicas, como a inquietação, o nervosismo, suor excessivo e tremores.

 

Ambos os quadros podem se correlacionar, por exemplo, se pensarmos em uma pessoa depressiva, podemos considerar que a falta de controle gerada pela doença, uma vez que a pessoa se vê triste, sem energia e ânimo para realizar tarefas que ela tem consciência da importância, a longo prazo tendem a gerar uma angústia tão grande que pode levar à ansiedade. Isso ocorre devido ao sentimento de impotência diante de sua própria condição.
Muitas vezes, a pessoa também passa a se questionar se será capaz de sair daquele ciclo, e superar as limitações causadas pelo quadro depressivo, o que também pode levar a uma crise ansiosa.

 

Da mesma forma, uma pessoa com ansiedade que sofre muito com preocupações excessivas, acaba pensando obsessivamente em uma mesma questão sem conseguir traçar um plano de resolução prático para o problema, esse cenário pode levar a um sentimento de impotência e desesperança que, com o passar do tempo e o sofrimento dessa condição, cria-se um cenário onde o portador do transtorno de ansiedade começa a se sentir inferior, melancólico e sem propósito, fazendo assim com que exista a possibilidade de um quadro depressivo se instaurar e tomar conta.

 

É muito importante frisar que nem sempre a presença de sintomas ansiosos em pessoas com depressão, ou vice-versa, conjecturam a existências dos dois transtornos. Sentir ansioso ou deprimido pode ser uma resposta “comum” às adversidades do dia a dia, por isso a avaliação por parte de um profissional capacitado de saúde mental é indispensável.

A importância por trás do Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é um movimento que surgiu como uma alternativa de apoio rumo à prevenção e o combate ao suicídio. E, desde então, passou a mobilizar jovens e adultos a conhecer sobre as suas causas, principais sintomas e formas de evitá-lo. 

 

 

Apesar de ser um assunto delicado, falar sobre suicídio é, acima de tudo, uma questão de saúde pública. Diferente do que muitos pensam, as intenções suicidas, muitas vezes, surgem de forma silenciosa e gradativa, passando despercebidas quando não recebem a devida atenção por parte dos que convivem com os acometidos, já que, na grande maioria das vezes, os sinais são dados em momentos de interação mútua. 

 

 

Por essa razão, é tão importante ficar atento aos fatores de risco que podem representar uma fragilidade quando se trata de saúde mental, que, quando associados à impulsividade e outras ações, podem ser irreversíveis se não tratados de forma adequada. 

 

 

De modo geral, segundo especialistas, as causas do suicídio são inúmeras, não existindo um fator determinante. Dependendo de cada caso, o suicídio pode ser motivado por traumas, transtornos diagnosticados, como a depressão, a esquizofrenia ou até mesmo a dependência química, capaz de impedir que aqueles que sofrem com a condição enxerguem uma luz ao final do túnel.

 

 

Porém, não é possível assegurar que, em todos os casos, a ação suicida será movida pelos aspectos citados. Por ser individualizada, a intenção pode surgir repentinamente após a perda de um ente querido, crises financeiras, rompimentos afetivos ou até mesmo ser desencadeada por algum trauma ligado à discriminação de determinados grupos ou a algum sentimento de não pertencimento quando se trata do convívio social. 

 

 

Ao compreender que o suicídio é um tema que faz parte da nossa realidade, fica clara a importância de não só debater sobre, como também levar a reflexão para os mais diferentes espaços, sempre com a intenção de alertar a respeito dos sinais de sofrimento e como dar apoio àqueles que sofrem com a condição. 

 

 

Alguns fatores e contextos de risco para o suicídio 

Apesar de não seguir uma regra, existem alguns fatores que podem contribuir para o agravamento do quadro. O histórico pessoal e familiar de comportamento suicida, por exemplo, é um fator a ser analisado. 

 

 

Outros aspectos, além de transtornos mentais, são fatores estressores crônicos. Passar por um processo de separação conjugal, a perda de alguém próximo, desemprego e traumas por abuso também influenciam de forma direta o processo. 

 

 

Vale lembrar que tentativas prévias de suicídio, na grande maioria das vezes, são motivadas por sentimentos persistentes de desesperança, desamparo e falta de perspectiva em relação à vida. 

 

 

Por essa razão, é tão importante o acompanhamento daqueles que se encontram nessa condição, oferecendo, acima de tudo, acolhimento e conforto aos envolvidos. 

 

Como ajudar na prevenção do suicídio?

 

Em muitos casos, pessoas com ideações suicidas deixam sinais claros sobre os seus pensamentos e intenções. Por isso, é tão importante conversarmos sobre o suicídio e formas de preveni-lo. Ao perceber que alguém presente no seu convívio está desestimulado, isolado e sem expectativa de encarar uma visão futura, é indispensável o acompanhamento direto do caso. 

 

 

Oferecer suporte à pessoa por meio de um diálogo aberto e sem julgamentos é sempre o melhor caminho. Antes de mais nada, é preciso que a sua intenção esteja clara , para que, assim, a pessoa também se sinta acolhida. 

 

 

Além disso, incentivar a pessoa acometida a procurar ajuda especializada também é um passo indispensável. Na maioria dos casos, é preciso que esse auxílio exista em todas as instâncias, não se restringindo somente à fase mais crítica da trajetória do paciente. 

 

 

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