o papel da escola na manutenção da saúde mental entre jovens e adolescentes

O papel da escola na promoção de saúde mental entre crianças e adolescentes

Saúde mental entre crianças e adolescentes

Nos últimos tempos, os debates e a atenção direcionada à saúde mental de crianças e adolescentes vêm ganhando espaços consideráveis. Seja em razão da maior abertura por parte das instituições responsáveis por esse grupo, como o ambiente escolar e familiar. Ou, ainda, influenciada pelos impactos resultantes do isolamento social, que também comprometeu a rotina e vida social dos envolvidos.

Por um lado, é natural que crianças e adolescentes sejam acometidos por oscilações emocionais ou questões delicadas da vida pessoal. Afinal, é nessa fase que eles serão moldados para a vida adulta, passando pelos mais diferentes processos e autodescobertas.

Porém, por estarem em fase de transição e mudanças profundas, ainda não são capazes de controlar alguns desejos e entender medos, traumas e possíveis travas sentimentais que podem impedir o desenvolvimento de um bem-estar individual.

Por essa razão, é tão importante falar sobre saúde mental nessa faixa etária, entendendo as principais causas de possíveis transtornos, como prevenir sentimentos autodestrutivos e, acima de tudo, oferecer suporte, em todas as instâncias, para a manutenção e promoção da saúde mental nessa fase.

Entendendo questões complexas

Além de questões cotidianas delicadas, outros aspectos como a violência doméstica, a falta de cuidado, suporte familiar e diálogo podem contribuir para um quadro mais grave.

Famílias com histórico de transtornos, como a depressão e ansiedade, além de outras condições semelhantes, também representam um agravante àqueles que carregam traços de uma instabilidade emocional bastante clara.

Em meio a esse cenário, é evidente que a pandemia também foi responsável por influenciar quadros que já se manifestavam de forma crítica. Como é o caso de crianças e adolescentes que, antes do isolamento social, já lidavam com dificuldades para se relacionar. Além disso, a pandemia também desencadeou gatilhos poderosos, sobretudo em razão da ausência das redes de apoio e da perda de pessoas queridas.

Outro fator que também influencia nos quadros recentes é a questão geracional. A chamada “geração z”, de nascidos após o ano de 1995, estão mais suscetíveis a sofrerem com os impactos do estresse, resultando em taxas elevadas de ansiedade, depressão e automutilação. Isso ocorre porque, além de muitos fatores, também faltam mecanismos para lidar com a frustração e adversidades da vida, desencadeando, assim, transtornos mais graves.

Ainda assim, apesar das particularidades de cada caso, é possível entender algumas das principais causas que levam crianças e adolescentes a lidarem com oscilações no que diz respeito à saúde mental e emocional. Questões multifatoriais estão envolvidas, como as citadas acima, além de dificuldades quanto à socialização e exposição nas redes, que também contribuem rumo à construção de uma personalidade, hábitos e impressões individuais.

Como a escola pode ajudar na promoção da saúde mental entre crianças e adolescentes?

Uma aposta interessante levantada é a retomada do ambiente escolar como apoio de questões voltadas a essa faixa etária. É evidente que, com a pandemia, as aulas on-line prejudicaram a troca interpessoal e, consequentemente, o aprendizado entre crianças e adolescentes, justamente pelo desgaste e pouca receptividade por parte dos alunos ao longo do processo.

E, apesar de hoje existir um enorme avanço sobre o tema nos espaços escolares, ainda não há estrutura suficiente para lidar com a saúde mental entre crianças e adolescentes, ainda mais quando a escola é encarada enquanto um dos principais espaços de desenvolvimento e manutenção do tema.

A implementação de programas voltados aos jovens matriculados e familiares é uma alternativa cabível e de bastante impacto, sobretudo no que diz respeito às relações sociais estabelecidas no espaço escolar e ao processo de ensino-aprendizagem, suas dificuldades e possíveis entraves. Nessa última etapa, é ideal a participação conjunta de professores e funcionários da instituição, a fim de lidar da melhor forma com as questões de cada aluno.

Além disso, a escola também é um espaço de privilégio para a observação e acompanhamento do aluno. Afinal, é o ambiente direcionado para o desenvolvimento da criança, aprendizados, autodescobertas e, sobretudo, para o reconhecimento de suas futuras relações.

É essencial, também, que os professores sejam capazes de levar, para dentro da sala de aula, o tema da saúde mental. Unindo, acima de tudo, a teoria à prática a partir da criação de um espaço de escuta e rodas de conversa.

Dessa forma, é imprescindível a atuação direta do espaço escolar para a criança e o adolescente. Pois é a partir dele que a construção de outras formas de sociabilização, além do reconhecimento e formação de características da personalidade são desenvolvidas, essenciais para a manutenção da saúde mental entre esse grupo.

A importância por trás do Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é um movimento que surgiu como uma alternativa de apoio rumo à prevenção e o combate ao suicídio. E, desde então, passou a mobilizar jovens e adultos a conhecer sobre as suas causas, principais sintomas e formas de evitá-lo. 

 

 

Apesar de ser um assunto delicado, falar sobre suicídio é, acima de tudo, uma questão de saúde pública. Diferente do que muitos pensam, as intenções suicidas, muitas vezes, surgem de forma silenciosa e gradativa, passando despercebidas quando não recebem a devida atenção por parte dos que convivem com os acometidos, já que, na grande maioria das vezes, os sinais são dados em momentos de interação mútua. 

 

 

Por essa razão, é tão importante ficar atento aos fatores de risco que podem representar uma fragilidade quando se trata de saúde mental, que, quando associados à impulsividade e outras ações, podem ser irreversíveis se não tratados de forma adequada. 

 

 

De modo geral, segundo especialistas, as causas do suicídio são inúmeras, não existindo um fator determinante. Dependendo de cada caso, o suicídio pode ser motivado por traumas, transtornos diagnosticados, como a depressão, a esquizofrenia ou até mesmo a dependência química, capaz de impedir que aqueles que sofrem com a condição enxerguem uma luz ao final do túnel.

 

 

Porém, não é possível assegurar que, em todos os casos, a ação suicida será movida pelos aspectos citados. Por ser individualizada, a intenção pode surgir repentinamente após a perda de um ente querido, crises financeiras, rompimentos afetivos ou até mesmo ser desencadeada por algum trauma ligado à discriminação de determinados grupos ou a algum sentimento de não pertencimento quando se trata do convívio social. 

 

 

Ao compreender que o suicídio é um tema que faz parte da nossa realidade, fica clara a importância de não só debater sobre, como também levar a reflexão para os mais diferentes espaços, sempre com a intenção de alertar a respeito dos sinais de sofrimento e como dar apoio àqueles que sofrem com a condição. 

 

 

Alguns fatores e contextos de risco para o suicídio 

Apesar de não seguir uma regra, existem alguns fatores que podem contribuir para o agravamento do quadro. O histórico pessoal e familiar de comportamento suicida, por exemplo, é um fator a ser analisado. 

 

 

Outros aspectos, além de transtornos mentais, são fatores estressores crônicos. Passar por um processo de separação conjugal, a perda de alguém próximo, desemprego e traumas por abuso também influenciam de forma direta o processo. 

 

 

Vale lembrar que tentativas prévias de suicídio, na grande maioria das vezes, são motivadas por sentimentos persistentes de desesperança, desamparo e falta de perspectiva em relação à vida. 

 

 

Por essa razão, é tão importante o acompanhamento daqueles que se encontram nessa condição, oferecendo, acima de tudo, acolhimento e conforto aos envolvidos. 

 

Como ajudar na prevenção do suicídio?

 

Em muitos casos, pessoas com ideações suicidas deixam sinais claros sobre os seus pensamentos e intenções. Por isso, é tão importante conversarmos sobre o suicídio e formas de preveni-lo. Ao perceber que alguém presente no seu convívio está desestimulado, isolado e sem expectativa de encarar uma visão futura, é indispensável o acompanhamento direto do caso. 

 

 

Oferecer suporte à pessoa por meio de um diálogo aberto e sem julgamentos é sempre o melhor caminho. Antes de mais nada, é preciso que a sua intenção esteja clara , para que, assim, a pessoa também se sinta acolhida. 

 

 

Além disso, incentivar a pessoa acometida a procurar ajuda especializada também é um passo indispensável. Na maioria dos casos, é preciso que esse auxílio exista em todas as instâncias, não se restringindo somente à fase mais crítica da trajetória do paciente. 

 

 

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